sexta-feira, 7 de junho de 2019

Presidente da Nissan do Brasil está otimista com a economia do país


Ao longo de cinco anos de operação do complexo industrial em Resende, no Rio de Janeiro, e perto de completar três anos de seu projeto de exportação de carros produzidos no Brasil, sobretudo para o mercado latino-americano, a Nissan mantém o otimismo em relação aos rumos da economia do país. Durante todo esse período, a montadora japonesa já exportou 50 mil carros para países da América do Sul, Caribe e América Central.

O Brasil, desde que a Nissan organizou sua gestão na América Latina, englobando 58 países e mais de 3.000 empregados, é uma peça-chave nas estratégias globais da marca. O complexo carioca registrou um crescimento exponencial, com uma produção recorde em 2018 (106 mil unidades fabricadas).

O país também está inserido no conceito internacional de integração com a sociedade e “mobilidade inteligente”, o que será mais percebido a partir de julho, com a chegada do Leaf ao mercado local. É o que diz na entrevista abaixo o presidente da Nissan do Brasil, Marco Silva.



O novo Versa, que já está sendo produzindo na China e também marca essa nova fase da Nissan como montadora moderna, jovial e tecnológica, tem alguma chance de ser produzido no Brasil?

Por enquanto, não. Estrategicamente, faremos como todos os outros carros que trouxemos de fora para o mercado nacional. Vamos colocá-lo à venda, através de importação, testar o mercado e avaliar se ele tem viabilidade para a produção local. Mas isso ainda demora, pois o Versa atual está bem posicionado, e o seu cliente está satisfeito, gosta de sua economia, do espaço interno, enfim, entendemos que o carro sedã não morreu e está mais forte do nunca.



A experiência do Kicks Champions League (primeiro carro assinado oficialmente pela Uefa) foi satisfatória? Há condições de reeditar essa estratégia em outras situações?

Assinamos por mais cinco anos com a Champions League, então há, sim, a possibilidade de fazermos novas séries especiais. Foi uma experiência fantástica, pois misturaram-se dois mundos apaixonantes, o do futebol, especialmente para o brasileiro, e o do carro, além de associar duas marcas potentes, a Nissan e a Uefa.




O X-Trail (SUV produzido na Ásia, Europa e Estados Unidos) ainda poderá ser vendido no Brasil?

O teste que fizemos garante que o mercado existe, mas nosso questionamento, e por isso estamos demorando na tomada decisão, é quanto à motorização. Deve fazer parte do ano fiscal de 2020 ou 2021.




Como está a Nissan Brasil quanto aos carros elétricos?

Estamos com o planejamento muito forte neste sentido e com a estratégia afiada para essa nova realidade. Agora, em julho, iniciamos a venda do Leaf. Vamos testar o mercado. Ainda não sabemos qual o tamanho dele, mas já estamos produzindo o carro elétrico, que será vendido no Brasil a partir da Inglaterra, desde abril deste ano.

Como está o planejamento da Nissan para a América Latina?

O projeto da Nissan para a América Latina, seja nas fábricas do Brasil ou da Argentina, corre em 80%. Para o mercado brasileiro, estamos expandindo a rede de concessionárias de forma consistente, pensando em focos regionais, que hoje não conseguimos atender. É preciso desenvolver a rede e dar uma assistência ainda melhor.


O Leaf será vendido em todos os mercados brasileiros?

O primeiro lote chegou agora, com 50 carros, dentro do processo de produção da própria Nissan. Vamos fazer as pré-vendas e avaliar a demanda de cada Estado. Mas, como disse, estamos testando o mercado, e tudo dependerá de sua reação.




Existem conversas com outras montadoras para aumentar a rede de abastecimento elétrico para atender a necessidade do carro a bateria e o desenvolvimento dessa realidade no Brasil?

Sim, a gente teve contatos com essas empresas. Mas a nossa grande vantagem competitiva são as parcerias que já temos aqui, na Europa, com empresas de energia. Temos parcerias com instituições brasileiras também. Tivemos conversas com BR Distribuidora, por exemplo. Temos um acordo com a Itaipu, o que é uma aliança estratégia, primeiro porque é líder mundial na produção de energia hidráulica; e, segundo, por possuir um centro de capacitação e pesquisa fantástico.



Sobre a realidade econômica do país. O que a Nissan está pensando?

A Nissan está otimista com a possibilidade de o governo fazer os ajustes que a economia precisa. Tive a oportunidade de conversar com a equipe econômica do governo Bolsonaro e saí bem impressionado com a qualidade técnica com que ela se apresentou. Do ponto de vista da exportação, também estamos esperançosos. Nossa expectativa é que haja uma simplificação dos processos. A indústria automotiva precisa disso, e acredito que, no Brasil, o nosso entrave maior é na capacidade de competir.

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