quarta-feira, 19 de dezembro de 2018
E-mail da Renault-Nissan revela plano de pagamento secreto para Ghosn em 2010
Altos executivos da Renault-Nissan trabalharam em um plano já em 2010 para pagar ao presidente Carlos Ghosn parte de seu salário sem ter que divulgar publicamente a quantia, de acordo com um e-mail visto pela CNBC.
No texto, o suposto cúmplice de Ghosn e ex-diretor da Nissan, Greg Kelly, pediu ao então secretário geral da Renault, Mouna Sepehri, que ponderasse os riscos legais de tal ação. Sepehri é agora vice-presidente executivo da Renault e membro permanente do Conselho da Aliança Renault-Nissan.
O e-mail, datado de abril de 2010, descreve um cenário em que a Ghosn poderia receber o pagamento através da holding holandesa RNBV, que era de propriedade conjunta das montadoras francesas e japonesas. Dentro do texto, Kelly afirmou que ele tinha avisado Ghosn de "algum risco legal" para essa abordagem, mas queria mais uma opinião legal de outros executivos, incluindo Sepehri.
Kelly escreveu: "Eu aprecio muito o trabalho que você fez para analisar se parte da remuneração do CEO pode ser paga sem divulgá-la publicamente". Em uma reportagem da Reuters na quarta-feira, a CNBC pode confirmar que o plano para 2010 nunca foi colocado em ação.
A Renault não estava imediatamente disponível para comentários quando foi contatada pela CNBC, mas disse à Reuters que Kelly havia "consultado várias pessoas da Renault e da Nissan para determinar se era legalmente possível que parte da remuneração do CEO fosse paga pela RNBV para refletir o tempo que passou trabalhando em sinergias de aliança ".Ghosn e Kelly estão atualmente detidos em Tóquio, Japão.
O relatório exclusivo da Reuters na quarta-feira também diz que os banqueiros da Renault-Nissan desenvolveram planos para canalizar milhões de euros em pagamentos de bônus para Ghosn e outros gerentes seniores através de uma empresa holandesa.
Ghosn, por meio de seu advogado japonês, negou qualquer irregularidade. Kelly também nega qualquer irregularidade e o par teve pouca oportunidade de responder às alegações.
Em uma declaração à CNBC, a Nissan disse: "Não podemos comentar os detalhes desta investigação e outros relatórios."
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