No Arizona, o mesmo estado em que um dos carros autônomos da Uber atingiu e matou uma pedestre, os moradores estariam vandalizando veículos autônomos operados pela Waymo, a spin-off do Google pertencente à Alphabet.
O New York Times noticiou na segunda-feira (31) que mais de 20 incidentes de vandalismo contra os veículos ocorreram desde 2017, quando a Waymo chegou a Chandler, no Arizona. Os ataques aos carros da companhia, informados pela primeira vez pelo jornal Arizona Republic no mês passado, envolveram de tudo, desde pneus cortados até uma arma apontada e direção imprudente para tirar os carros da estrada. Citando relatórios da polícia, o New York Times informou que alguns indivíduos também atiraram pedras nos veículos.
E não são só os carros que estão enfrentando a violência, mas também os condutores dentro deles. De acordo com o Arizona Republic e o New York Times, os motoristas de reserva têm supostamente sido alvos de gritos e ameaças à sua segurança em várias ocasiões. Em um incidente particularmente terrível noticiado pelo New York Times, um homem teria “ameaçado o funcionário que entrava (num veículo Waymo) com um pedaço de tubo de PVC”.
“A segurança está no centro de tudo o que fazemos, o que significa que manter nossos motoristas, nossos condutores e o público seguros é nossa prioridade principal”, disse um porta-voz da Waymo ao Gizmodo, em uma declaração por e-mail em resposta às reportagens. “Ao longo dos últimos dois anos, achamos os arizonianos acolhedores e entusiasmados com o potencial desta tecnologia para tornar as nossas estradas mais seguras. Acreditamos que um elemento-chave do envolvimento local tem sido o nosso trabalho contínuo com as comunidades nas quais conduzimos, incluindo as autoridades policiais do Arizona e outros socorristas.”
No mês passado, o Arizona Republic publicou um vídeo divulgado pelo Departamento de Polícia de Chandler sobre um incidente ocorrido em agosto. Nas imagens, um homem identificado pela polícia como Roy Leonard Haselton, de 69 anos, pode ser visto apontando um revólver para um dos veículos da Waymo. O detetive Cameron Jacobs escreveu em um relatório policial que o homem “declarou que desprezava e odiava aqueles carros (Waymo) e que a Uber tinha matado alguém”, conforme publicado pelo Arizona Republic em sua longa investigação sobre os ataques contínuos.
O acidente fatal em que um dos veículos autônomos da Uber se envolveu ocorreu em Tempe, em março do ano passado. Embora o carro tivesse um motorista de reserva presente, o condutor pode ter sido distraído vendo um vídeo em seu smartphone no momento em que o veículo atingiu e matou uma ciclista. Embora o acidente tenha sido provavelmente o episódio de maior repercussão envolvendo veículos autônomos, a Waymo também se envolveu em seus próprios acidentes de trânsito.
Citando fontes familiarizadas com o assunto, o Information noticiou em outubro um acidente do ano passado em que um motorista de reserva da Waymo teria adormecido no volante e posteriormente colidido com uma divisória central de estrada. De acordo com a reportagem, isso ocorreu depois que o indivíduo “inadvertidamente desligou o software do carro autônomo tocando no pedal do acelerador e então não conseguiu assumir o volante”.
Em resposta aos relatos de incidentes contínuos envolvendo seus veículos autônomos, a Waymo apontou duas coisas: seus mais de 40 mil quilômetros registrados por dia e o que caracterizou como incidentes “extremamente raros” que vão parar em relatórios policiais. A companhia também apontou o apoio que tem da Câmara de Comércio e Indústria do Arizona.
“Estamos no programa dos primeiros condutores. A tecnologia é incrivelmente impressionante, e meus vizinhos lhe dão boas-vindas”, disse Garrick Taylor, vice-presidente sênior de relações governamentais e comunicações da Câmara de Comércio e Indústria do Arizona, em um tuíte no mês passado. “Trata-se de algumas maçãs podres que estragam todo o grupo.”
Mas o fato é que esses incidentes estão ocorrendo, talvez indicando que nem todos os moradores do Arizona se sintam tão “acolhedores e entusiasmados” quanto a empresa acredita.
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