Além de Carlos Ghosn, o escândalo na Nissan envolveu outro executivo da montadora, apontado como braço direito do brasileiro: o americano Greg Kelly. Preso no mesmo dia de Ghosn – 19 de novembro de 2018, ele foi acusado de supervisionar as transações caracterizadas como fraudes.
Kelly deixou a prisão bem antes do ex-presidente da aliança Renault Nissan, pouco mais de um mês após a detenção, após pagar fiança equivalente a R$ 2,47 milhões. Mas continua sem poder deixar o Japão, aguardando julgamento.
Nesta quinta-feira (27), Ghost, que fugiu para o Líbano no fim do ano passado, postou no Twitter que está rezando por Kelly e sua família, "que seguem confinados pelo sistema de reféns da Justiça do Japão. E convidou os seguidores a assinarem uma petição online que está sendo feita por um dos filhos do ex-executivo.
A família de Kelly quer que o governo dos Estados Unidos pressione o Japão para permitir o retorno dele aos EUA. "Existe um volume significante de evidências que provam a inocência do meu pai e, além disso, este assunto deveria ser tratado no âmbito civil, e não no criminal", escreve Kevin Kelly.
O filho diz que o pai trabalhou na Nissan por mais de 30 anos e a "recompensa" para sua dedicação foi ter sido chamado para uma reunião em novembro de 2018, no Japão, sob o "pretexto de ser um encontro de negócios", e ser preso imediatamente após chegar.
Assim como Ghosn, Kevin Kelly também cita que houve "conspiração" de promotores e a direção da Nissan para incriminar o pai dele, acusado de esconder a renda real de Ghosn.
O filho nega as acusações: "Nenhum acordo foi executado com o sr. Ghosn e nada foi pago a ele."
E Kevin Kelly escreve ainda que não acredita que seu pai poderá ter um julgamento justo no Japão principalmente porque a testemunha-chave, Ghosn, deixou o país.
O brasileiro, que também nega ter cometido irregularidades, fugiu do Japão no fim de 2019, em uma operação misteriosa, e está vivendo no Líbano, onde também possui cidadania.
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