quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Nissan inicia implantação de novas tecnologias industriais, com investimento de 33 bilhões de ienes




YOKOHAMA, Japão – A Nissan anunciou hoje um investimento substancial em equipamentos e tecnologias avançadas para suas fábricas em todo o mundo.
As inovações ajudarão a entregar uma nova geração de veículos eletrificados e inteligentes, que personificam a visão da empresa Nissan Intelligent Mobility, além de tornar a produção mais flexível, eficiente e sustentável. Resultado de um investimento inicial de 33 bilhões de ienes na fábrica da empresa localizada em Tochigi, no Japão, cujas obras serão finalizadas em 2020. As tecnologias também serão implantadas em outras fábricas da montadora em todo o mundo.
Desde 1933, a Nissan tem aperfeiçoado seu know-how na produção de veículos em série, sob os mais altos padrões possíveis. Durante este período, os mestres artesãos conhecidos como takumi aperfeiçoaram suas técnicas para desempenhar uma série de processos delicados ou complexos, que exigem um alto nível de destreza.
O recente investimento representa uma nova e necessária forma de pensar da produção automotiva convencional, para enfrentar os desafios estruturais e tecnológicos da fabricação de veículos, que culminarão em uma nova era de eletrificação e inteligência na indústria.
"Estamos diante de uma evolução sem precedentes em relação às capacidades dos nossos veículos", disse Hideyuki Sakamoto, vice-presidente executivo de manufatura e gestão da supply chain na Nissan. "Temos a missão de fazer desta evolução uma realidade, repensando a forma como produzimos carros. Isso também significa fazer evoluir o trabalho dos nossos técnicos especialistas, passando de técnicas que eles já dominam para áreas novas e ainda inexploradas".
Os investimentos da Nissan se dirigem a uma série de temas-chave:
Construir o futuro da mobilidade
A próxima geração de carros da Nissan será eletrificada, inteligente e conectada. Com isso, haverá mais complexidade em termos de design e produção, exigindo grandes investimentos em engenharia de produção.
Um destes avanços é o universal powertrain mounting system, um sistema universal de montagem de motores desenvolvido pelo Centro de P&D em Engenharia de Produção da Nissan (Production Engineering Research and Development Center).
A montagem de motores veiculares é um processo demorado e extenuante para a equipe da linha de produção, que precisa instalar vários componentes de forma sequenciada. O novo sistema da Nissan utiliza um palete automatizado para montar todo o motor de uma só vez. Durante a montagem, o sistema mensura as dimensões do veículo em tempo real para que o palete faça microajustes, conforme o caso. Assim, os motores são instalados dentro de uma pequena fração de tempo, com precisão milimétrica.
O novo sistema também é altamente adaptável. O mesmo palete pode montar três tipos de motores (motor de combustão interna, e-POWER e 100% elétrico), podendo montar e ajustar 27 combinações modulares diferentes do motor.
Ensinando artes manuais aos robôs
A Nissan desenvolveu determinados processos e técnicas especializadas que, até agora, podiam apenas ser realizadas por mestres artesãos altamente capacitados. Por meio de um intenso processo colaborativo, os engenheiros e mestres artesãos da Nissan digitalizaram partes destes processos minuciosos e ensinaram os robôs a realizá-los ininterruptamente. Desta forma, os mestres artesãos podem se concentrar em áreas novas e ainda inexploradas de expertise.
A vedação – aplicação de resina para vedar a carroceria do veículo, tornando-a estanque e evitando a infiltração da água – é um exemplo de tarefa que agora pode ser automatizada.  
Normalmente, a vedação é uma operação realizada por especialistas, devido à destreza e velocidade necessárias, uma técnica que pode ser aprendida por meio de treinamento, mas é difícil de ser replicada. Além de automatizar o processo de aplicação do material de vedação, os engenheiros da Nissan analisaram os movimentos e gestos precisos dos operadores especializados enquanto aplicavam a resina e faziam o acabamento, além de calcular a pressão exercida em cada etapa. Posteriormente, eles converteram estas informações em instruções para os robôs, implementando melhorias por meio de um extenso trabalho de tentativa e erro.
Agora, os robôs podem aplicar e dar acabamento no material de vedação de forma rápida e precisa, podendo seguir linhas altamente complexas no contorno da carroceria.
Melhorando o ambiente de trabalho com robôs
Os robôs podem realizar determinadas tarefas extenuantes, fazendo com que os operadores possam realizar atividades com maior valor agregado na linha de produção. Isso também permite melhorar a ergonomia, facilitando o trabalho na fábrica.
Um exemplo é a instalação do revestimento interno do teto do veículo.
Os operadores precisam entrar na cabine de cada veículo para realizar esta tarefa fisicamente desafiadora, um trabalho que tem se tornado ainda mais difícil com o aumento dos recursos de conexão nos veículos, fazendo com que haja mais dispositivos instalados dentro e em torno do revestimento do teto.
A solução da Nissan foi utilizar robôs para instalar o revestimento interno do teto na parte da frente do veículo. Sensores monitoram as mudanças de pressão, utilizando um sistema lógico patenteado para determinar quando os clipes estão presos no lugar, de forma segura.
Menor impacto ambiental
A Nissan também está trabalhando para reduzir o impacto ambiental da produção dos veículos. As mudanças no processo de pintura estão entre os destaques.  
Em geral, a pintura das carrocerias deve ser feita em alta temperatura, pois é difícil controlar a viscosidade da tinta em temperaturas mais baixas. Por outro lado, os para-choques são feitos de plástico e, por isso, precisam ser pintados em temperaturas mais baixas. Assim, são necessários dois processos distintos de pintura para cada veículo.
A Nissan desenvolveu uma tinta a base de água, que mantém a viscosidade certa em baixas temperaturas, para que as carrocerias e para-choques possam ser pintados ao mesmo tempo. Esta melhoria diminuiu em 25% as emissões de dióxido de carbono do processo.
A Nissan também usará uma cabine de pintura sem água, que permite coletar os resíduos de tinta para serem reutilizados em outros processos de produção.

"Estas novas tecnologias e inovações estão no centro da competitividade da empresa", comentou Sakamoto. "Elas serão implementadas em todo o mundo nos próximos anos, para sustentar o futuro da visão Nissan Intelligent Mobility e fortalecer nossa liderança em tecnologia".

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