quarta-feira, 9 de outubro de 2019

CEO da Renault, Bollore, pode ser destituido



O futuro do CEO da Renault, Thierry Bollore, está em dúvida em meio a relações tensas com a aliança Nissan, segundo dois jornais franceses.
O presidente da Renault, Jean-Dominique Senard, pedirá ao conselho da montadora que procure um sucessor para Bollore, disse Le Figaro, citando fontes não identificadas.
Senard pode trazer a proposta de sucessão para a agenda da próxima reunião do conselho em 18 de outubro, afirmou o jornal.
Bollore era um aliado próximo do ex-presidente e CEO da Renault Carlos Ghosn. Ele expressou apoio a Ghosn depois que seu ex-chefe foi preso no Japão por supostos crimes financeiros em novembro passado, enfurecendo a Nissan.
A Nissan confia pouco em Bollore e suas relações com Senard não são mais do que cordiais, informou Les Echos, outro jornal francês.

Alguns da Renault estão questionando por que Bollore, como protegido de Ghosn, permanece no comando da montadora, enquanto outros confidentes de Ghosn deixaram ou foram forçados a sair, disse Les Echos.

O jornal disse que, além de estabilizar a aliança da Renault com a Nissan, Senard também tem um mandato para "limpar a casa" da Renault, um passo que ele ainda precisa dar.

O governo francês, que detém 15% da Renault, poderia apoiar a saída de Bollore. "Às vezes é bom mudar as pessoas que estão no local há muito tempo", disse uma fonte familiarizada com o pensamento do governo francês.
A Renault se recusou a comentar, assim como um porta-voz do Ministério das Finanças francês.
Qualquer mudança no topo da Renault seguiria uma revisão gerencial na Nissan e poderia ajudar a aliviar as tensões entre os parceiros da aliança.
Na terça-feira, a Nissan nomeou Makoto Uchida como CEO. Uchida, até agora o chefe dos negócios da Nissan na China, é conhecido por seus laços estreitos com a Renault, que tem uma participação de 43,3% na Nissan.
A condenação imediata de Bollore à prisão de Ghosn como uma conspiração orquestrada pela Nissan dificultou a aproximação com a montadora japonesa, disseram Les Echos.
A recente saída de vários executivos da Renault, muitos dos quais rivalizam com o PSA Group, também é vista como evidência de insatisfação com Bollore.
Entre eles estavam o ex-chefe de vendas e marketing Thierry Koskas e o veterano da empresa Arnaud Deboeuf, que no mês passado deixou a montadora para ingressar na PSA como diretor de estratégia industrial. Deboeuf culpou Bollore por forçar sua saída, informou a Reuters na época.
Bollore é um recém-chegado relativo à Renault. Após uma carreira que incluiu passagens pelos fornecedores franceses Michelin e Faurecia, ele ingressou na montadora como chefe de fabricação e cadeia de suprimentos em 2012.
Ele subiu rapidamente sob Ghosn, tornando-se diretor de competitividade em 2013 e o número 2 de Ghosn no cargo de COO em 2018.
Bollore substituiu Ghosn como CEO em janeiro, quando Senard, ex-presidente da Michelin, foi nomeado presidente da Renault.

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