sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Nissan impede que Carlos Ghosn tenha acesso a arquivos da promotoria

Advogados de defesa solicitaram acesso a documentos apreendidos pela promotoria; esta disse não, argumentando que a Nissan considera as informações confidenciais


Desde que as autoridades japonesas prenderam Carlos Ghosn, o ex-presidente da Nissan, há um ano, os promotores apreenderam laptops, hard drives e pilihas de arquivos da empresa automobilística e de seus executivos, com o objetivo de construir a acusação.
Agora, os advogados de defesa de Ghosn querem ter acesso a essas informações, para poderem buscar informações que ajudem a inocentar seu cliente. Mas os promotores decidiram restringir o acesso a milhares de arquivos, segundo o The New York Times. Segundo eles, a Nissam considera que os dados são confidenciais, e os promotores concordam, sem revelar o que pretendem deixar de fora.
Por enquanto, os juízes ficarm ao lado dos promotores. Agora a briga segue para a corte máxima do Japão, que será palco de uma última tentativa dos advogados para acessar os arquivos, ou pelo menos descobrir o que não podem ver neles.
A defesa entrou com o recurso no dia 17 de outubro: essa é a última reviravolta em um caso que abalou a indústria automobilística e levantou questões fundamentais sobre o sistema de Justiça japonês. Segundo os advogados de defesa, a decisão de não compartilhar os arquivos ilustra a relação próxima entre a Nissan e os promotores, e evidencia a tendência do sistema judiciário japonês em favorecer os promotores.
"O juiz diz para confiarmos nos promotores", disse Takashi Takano, um dos advogados de Ghosn, ao NYT. "Mas se a Justiça se satisfaz com a palavra dos promotores, para que que serve a defesa?”
Em declaração à imprensa, o promotor do distrito de Tóquio disse compartilharia com a defesa cópias de arquivos eletrônicos apreendidos na Nissam, excluindo "partes que não seria apropriado revelar" e mantendo os originais intactos. Um porta-voz da Nissam disse ao NYT que a companhia não pode comentar sobre processos judiciais em andamento.

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