sábado, 27 de julho de 2019

Lucro do Grupo Renault cai 4,3% com menor contribuição da Nissan


No primeiro semestre, o lucro líquido do Grupo Renault ficou 4,3% abaixo do resultado apurado em igual período do ano passado, ao fechar em € 1,04 bilhão, segundo balanço divulgado na sexta-feira, 26. De acordo com o relatório, os ganhos foram fortemente afetados pela menor contribuição da Nissan, que nesta semana também reportou lucro menor, razão pela qual decidiu reduzir sua capacidade produtiva global, além de anunciar a demissão de 12,5 mil pessoas no mundo.

As vendas globais tiveram queda de 6,7% nos primeiros seis meses do ano, totalizando 1,94 milhão de unidades, considerando todas as marcas do conglomerado (Renault, Nissan, Dacia e AvtoVaz). A empresa reforça que apesar disso, sua queda foi menor que a do mercado global, que encolheu 7,1% no período. A contribuição das empresas do grupo ficou negativa em € 35 milhões: há um ano, essas mesmas parceiras contribuíram com € 814 milhões. Só a Nissan entregou € 826 milhões a menos do que há um ano.

Com isso, a receita do grupo recuou quase na mesma proporção, de 6,3%, ao atingir € 28,05 bilhões. Segundo a Renault, não fosse por impactos negativos pelas taxas de câmbio, a queda teria sido de 5%. A margem operacional (lucro operacional) totalizou € 1,65 bilhão e representa 5,9% das receitas.

A divisão automotiva registrou fluxo de caixa negativo no fechamento do primeiro semestre em € 716 milhões, decorrente de investimentos que superaram os € 2,9 bilhões (€ 742 milhões a mais do que em iguais meses de 2018), além do impacto negativo da mudança de requerimento de capital de giro, com o desembolso de € 131 milhões.

“Em um ambiente mais difícil do que o esperado, o grupo manteve seu rumo e alcançou um nível de desempenho alinhado com suas expectativas para a primeira parte do ano. O lançamento de muitos novos modelos, a maior competitividade e o espírito de luta das equipes permitem que o grupo confirme seus objetivos de rentabilidade para o ano inteiro”, declarou em nota o CEO da Renault, Thierry Bolloré, que assumiu o cargo em janeiro deste ano no lugar de Carlos Ghosn.

Em uma revisão de suas perspectivas para 2019, o Grupo Renault acredita numa deterioração maior no setor e prevê queda de 3% das vendas mundiais de veículos com relação a 2018. Sua projeção anterior apontava retração de 1,6%.

Entre as regiões, a Europa deverá manter o volume estável, sem o efeito Brexit, com a Rússia caindo entre 2% e 3% - antes a companhia previa alta de 3% no mercado russo este ano.

Para o Brasil, o grupo espera que as vendas totais de veículos devam ser 8% maiores. A previsão ficou 2 pontos porcentuais abaixo da primeira previsão, que esperava aumento de 10% do volume total do mercado.

Neste contexto, o grupo muda sua orientação referente à receita e agora espera uma estabilidade, com montante próximo ao resultado obtido em 2018, considerando taxas de câmbio constantes. Em sua primeira projeção, a companhia esperava aumentar a receita, embora não tivesse comunicado o índice de crescimento. Contudo, a companhia manteve sua projeção de alcançar margem operacional de 6% no ano e fluxo de caixa positivo para a divisão automotiva.


Nenhum comentário:

Postar um comentário