sexta-feira, 17 de janeiro de 2020
Nissan especifica uso indevido de fundos por Ghosn
A Nissan Motor divulgou uma lista de uso dos fundos da empresa e alega que seu ex-presidente Carlos Ghosn teria usado indevidamente para fins particulares.
Um relatório enviado pela Nissan à Bolsa de Tóquio na quinta-feira diz que mais de 22 milhões de dólares foram gastos na compra e reforma de casas no Brasil e no Líbano para serem usadas por Ghosn. Ele diz que o dinheiro foi desembolsado através de uma empresa de investimentos criada pela Nissan na Holanda.
O relatório também mostra que a Nissan pagou 4,4 milhões de dólares para Ghosn e sua família usarem os jatos corporativos e de fretamento da empresa para fins particulares.
O relatório diz que uma investigação sobre uma empresa conjunta Renault-Nissan com sede na Holanda descobriu que desembolsou pelo menos 3,9 milhões de euros, ou cerca de 4,34 milhões de dólares, para eventos não relacionados aos negócios corporativos.
O relatório alega que o dinheiro foi usado para dar uma festa no Palácio de Versalhes na França, convidar convidados para o carnaval anual do Rio de Janeiro e para o Festival de Cannes e comprar presentes de uma marca de luxo.
A Nissan estima o total de danos sofridos por essas e outras formas de suposta má conduta em 35 bilhões de ienes, ou cerca de 318 milhões de dólares.
A empresa deve lançar procedimentos legais contra Ghosn, inclusive buscando indenização.
Ghosn foi indiciado pelos promotores de Tóquio por acusações de má conduta financeira. Ele nega qualquer irregularidade.
O ex-presidente da Nissan fugiu secretamente do Japão para o Líbano no final de dezembro, violando a proibição de viajar para o exterior, uma das condições impostas a ele quando foi libertado sob fiança.
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