terça-feira, 17 de dezembro de 2019

ex-CEO da Renault, Bollore, levantou preocupações sobre problemas de governança na Nissan


Reuters
Then Renault CEO Thierry Bollore is at the carmaker’s headquarters in Boulogne-Billancourt, France, on Feb. 14.

PARIS (Reuters) - O ex-presidente-executivo da Renault, Thierry Bollore, que foi deposto em outubro, tentou sinalizar supostos conflitos de interesse e problemas de governança no parceiro de aliança japonesa da empresa Nissan antes de sua partida, informou o Le Monde nesta segunda-feira.
Citando uma carta de 7 de outubro endereçada ao conselho da Nissan, da qual ele era membro, o jornal francês Le Monde disse que Bollore levantou questões sobre a investigação interna da empresa em torno do ex-chefe da aliança Carlos Ghosn.
Nissan e Renault ficaram cambaleando com a prisão de Ghosn em Tóquio, há um ano, por acusações financeiras de má conduta, que ele nega. Desde então, eles tentaram reiniciar sua parceria, renovando suas equipes de gerenciamento, inclusive expulsando-os dos aliados de Ghosn e removendo pessoas nas principais funções no momento do escândalo.

Bollore - que deu um passo à frente na montadora francesa quando Ghosn partiu, apesar de ser conhecido por seus laços estreitos com o fundador da aliança - acabou por ser afastado do cargo de CEO da Renault em 11 de outubro, dias após escrever sua carta.
Em comentários enviados à Reuters, a porta-voz da Nissan, Azusa Momose, negou que houvesse irregularidades em sua investigação interna dos assuntos de Ghosn e acrescentou que a empresa revisou seus processos mais uma vez após a carta de Bollore.
"Os diretores independentes da Nissan confirmaram que a investigação foi conduzida adequadamente e pode ser invocada", disse Momose.
Os diretores da Nissan discutiram todas as alegações levantadas por Bollore e a empresa "concluiu que as preocupações de Bollore não eram fundamentadas e se baseavam na maior parte em informações e especulações imprecisas", acrescentou.
Bollore disse na carta que estava particularmente preocupado com a revelação de que a Nissan tinha uma lista de 80 gerentes envolvidos em transações financeiras semelhantes às atribuídas a Ghosn.
Ele também levantou questões com a cadeia de comando da Nissan, dizendo que alguns membros importantes do conselho às vezes eram mantidos no escuro em questões internas.
A Renault, que ainda procura um substituto permanente para Bollore como CEO, não fez comentários imediatos.
Além de mudar seu CEO, a Nissan recentemente rebaixou o vice-presidente sênior Hari Nada - um importante denunciante contra Ghosn, e cujo papel também foi questionado na carta de Bollore - embora sua investigação interna não tenha encontrado nenhuma evidência contra o executivo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário