terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Advogado 'surpreso' com a saída de Ghosn do Japão

O chefe da equipe de defesa do ex-presidente da Nissan Motor, Carlos Ghosn, diz que as notícias da chegada de seu cliente ao Líbano vieram do nada e ele está muito surpreso. Ghosn estava sob fiança no Japão, enfrentando acusações de irregularidades financeiras.
Junichiro Hironaka falou com repórteres em Tóquio na terça-feira, depois que vários meios de comunicação ocidentais informaram que Ghosn chegou à capital libanesa em Beirute na segunda-feira.
Hironaka disse que conheceu Ghosn pela última vez em uma audiência pré-julgamento na quarta-feira, mas não sabe mais sobre a última ação de seu cliente do que o que dizem os meios de comunicação.
Hironaka disse que vai dizer ao tribunal que sua equipe está com problemas e fornecerá ao tribunal as informações que receber. Ele disse que a equipe de defesa tem todos os passaportes de Ghosn e que não há como sua equipe os devolver.
O Tribunal Distrital de Tóquio e as autoridades judiciais tentarão confirmar se ele realmente deixou o Japão. A proibição de viajar para o exterior é uma das condições em que Ghosn foi libertado sob fiança em abril de 2019.
Ghosn é conhecido por ter nacionalidades do Brasil, França e Líbano.
O Japão não possui um tratado de extradição com o Líbano, tornando extremamente difícil para o Japão recuperar Ghosn se o Líbano recusar um pedido de entrega.
Ghosn foi indiciado por subestimar sua remuneração executiva nos relatórios de valores da Nissan. Ele também é acusado de quebra de confiança agravada por suspeita de apropriação indébita de fundos da Nissan.
Ghosn emitiu uma declaração através de seu representante de imprensa em Nova York.
A declaração diz: "Agora estou no Líbano e não vou mais ser refém de um sistema judicial japonês fraudulento em que se presume culpa, a discriminação é desenfreada e os direitos humanos básicos são negados".

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