sábado, 6 de fevereiro de 2021

Em cinco dias de fev/202, Ford acumula pouco mais de mil carros vendidos contra 1.114 do SUV, 16º colocado no ranking

 



O abismo em que a Ford se meteu após anunciar o fim da produção do Ka e do EcoSport no Brasil parece não ter fim. Após terminar janeiro na modesta 8ª posição em vendas, a montadora americana começou fevereiro ainda pior.


Em cinco dias de vendas, a Ford acumulava apenas 1.048 unidades emplacadas: 445 exemplares do Ka hatch, 172 SUVs EcoSport, 82 Ka Sedan, 32 utilitários esportivos chineses Territory, 304 picapes Ranger, uma dúzia de esportivos Mustang e um mísero SUV Edge. A título de comparação, a Nissan emplacou até esta sexta-feira 1.114 unidades do Kicks, seu SUV compacto, rival do Ecosport.


Há de se considerar que o mês mal começou e não apenas a Ford, mas outras marcas também estão sofrendo com as consequências de um mercado que não consegue embalar após a pandemia. Ainda assim, o cenário atual soa como uma prévia do futuro da marca no Brasil.


É de se esperar que parte (pequena) dessa perda seja recuperada quando a marca lançar no país modelos de valor agregado maior como o SUV Bronco e a picape Maverick, porém, é ingênuo apostar que apenas isso vá tornar a operação no Brasil lucrativa.


O motivo é que a rede de concessionárias, sem os modelos de entrada, perderá capilaridade já que nem todas as praças do Brasil têm demanda para veículos mais caros. Como não há hoje um portfólio que faça o cliente querer permanecer com a marca, será preciso atrair um público que não está habituado a comprar seus veículos.


Em outras palavras, a futura gama da Ford será toda na casa dos seis dígitos, onde existem concorrentes muito melhor preparados e, sobretudo, mais desejados pelo consumidor. As alemãs premium e as tradicionais Jeep e Land Rover são um empecilho para essa “nova Ford”, assim como japonesas e coreanas, mais eficientes e com produtos conhecidos pela durabilidade e valor de revenda. E nesse aspecto, a montadora americana anda deixando a desejar nos últimos anos, graças a problemas que seus carros apresentaram, como ocorreu com o câmbio Powershift, entre outros.


Tudo leva a crer que restará à Ford brigar por migalhas, algo bastante aquém do que precisa uma gigante como ela para sair do prejuízo. Afinal de contas, de nada adiantará ter veículos com boa margem de lucro se quase ninguém os compra.


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