quarta-feira, 24 de junho de 2020

Nissan Frontier esbanja tecnologia, poder e robustez










Em um mercado dominado pelos SUVs de todos os tipos e tamanhos, ainda há espaço para que apreciemos outros veículos. As picapes, outrora apenas sinônimos de trabalho, hoje receberam um banho de tecnologia e conforto para entrar nessa onda de carros aventureiros e utilitários esportivos.

Porém, para que haja sucesso nas vendas, uma série de fatores deve contribuir para isso. No caso específico dessas caminhonetes, o que percebemos é que, quanto mais versões, melhor para o consumidor, e esse é, talvez, o único pecado cometido pela Nissan com a Frontier.

A Nissan Frontier é recheada de equipamentos, tem uma cabine das mais agradáveis da categoria, um motor competente, porte, design interessante e o que é mais importante: aguenta o tranco. Entretanto, com apenas 8% de participação no mercado, a pergunta que fica no ar é: por que um produto tão qualificado não vende mais?

O assobio do amor

Qualquer pessoa apaixonada por carros vai amar dirigir a Nissan Frontier. Nem mesmo sua direção hidráulica, que a torna um pouco mais dura, atrapalha a experiência de acelerar com esse monstro. O motor que equipa a picape é um 2.3 Biturbo de 190cv, com 45,9kgf/m de torque, que chega em 1500rpm, ou seja, tão logo você pisa, o carro responde com seu poderio máximo. O assobio que os turbos fazem quando o motor “enche” empolga e a sensação de chute nas costas quando pisamos no acelerador é digna de nota. Detalhe: a Frontier pesa 2115kgs.

Como toda picape desse porte, a Frontier “precisa” de trabalho. Portanto, você não vai achá-la tão divertida assim para deslocamentos curtos e para o dia a dia, muito em função do turbo lag. Mesmo que seu consumo seja para lá de aceitável, algo em torno dos 11km/l no diesel em circuito misto (estrada/cidade), o perfil de usuário da Frontier é aquele pequeno fazendeiro que precisa fazer deslocamentos em estradas, pegar ruas e entradas difíceis e carregar muito peso.

Testando com uma carga na caçamba da Frontier com algo em torno de 500kgs, que ela, claro, levou sem maiores problemas. Entretanto, algo que incomodou um pouco foi a suspensão da picape. Por mais que ela não balance tanto quanto a Toyota Hilux, por exemplo, traz para dentro da cabine todas as imperfeições do solo, em especial nas nossas ruas esburacadas.

É bom lembrar, porém, que a Nissan Frontier é uma 4x4, sendo que, no seu modo normal, a tração é traseira, e não dianteira, como em alguns modelos. Seu acionamento é manual e existe, além da opção de tracionamento convencional, a possibilidade de utilizarmos o 4x4 baixo, para terrenos mais complicados.


A Nissan Frontier passou uma segurança em manobras mais velozes nesse tipo de terreno que até o momento não vimos nas demais picapes que testamos. Isso pode ser explicado pelo seu acerto de suspensão, que é mais rígido – e por isso dá aquela impressão de solavancos. bom ressaltar que a versão que testamos é a topo de linha, com o motor 2.3 Biturbo, com um câmbio automático de sete velocidades. Há também duas versões com apenas uma turbina e a mesma litragem, porém com 160cv, potência inferior à Toyota Hilux de entrada, que ostenta um 2.7 aspirado de 177cv.

Essa característica pode ser um dos motivos que explicam as vendas abaixo do esperado para o modelo. Entretanto, analisando o produto por si, é possível dizer que, aqui, temos uma picape média que nunca vai te deixar na mão, seja na estrada, cidade ou no barro.


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