sábado, 23 de março de 2019

Escândalo de Ghosn afeta investimentos da Nissan no maior mercado do mundo




Carlos Ghosn apostou tudo na China ao aprovar um plano de investimento de US$ 9 bilhões, mas seu sucessor na Nissan Motor parece estar recuando em meio a sinais de que o maior mercado automotivo do mundo está no começo de uma prolongada desaceleração.
A Nissan está reduzindo a meta futura de venda de carros na China em cerca de 8 por cento, disseram pessoas familiarizadas com o assunto. A Nissan e a Dongfeng Motor atualmente projetam que sua joint venture venderá 2,39 milhões de veículos em 2022, no fim do atual plano de médio prazo. Trata-se de uma redução de mais de 200.000 unidades em relação à meta anterior, disseram as pessoas.
A modificação está sendo discutida no momento em que o CEO Hiroto Saikawa inicia um programa para priorizar a rentabilidade em vez do aumento do volume de vendas, disseram pessoas familiarizadas com o assunto, que pediram anonimato porque a informação não é pública. A decisão pode incluir a suspensão do lançamento de modelos totalmente novos na China.
“É preciso investir para sobreviver”, disse Toliver Ma, analista da Guotai Junan Securities em Hong Kong. “Todas as empresas, grandes ou pequenas, precisarão de um plano para seus veículos elétricos, especialmente para competir na China.”
Nicholas Maxfield, porta-voz da Nissan, que tem sede em Yokohama, disse na quinta-feira que a empresa não fez nenhum anúncio sobre mudanças em seu plano de negócio para a China. A joint venture da Nissan com a Dongfeng, que tem sede em Wuhan, informou que vai rever as metas de médio prazo e que poderia fazer ajustes com base nas condições de mercado. As ações da Dongfeng Motor Group caíram 1,2 por cento em Hong Kong na quarta-feira. As bolsas de Tóquio estiveram fechadas nesta quinta-feira por causa de um feriado.

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