domingo, 10 de fevereiro de 2019
Renault denuncia Nissan sobre investigação de Carlos Ghosn
PARIS (AFP) - Advogados da montadora francesa Renault criticaram seu parceiro da aliança japonesa Nissan pelo tratamento de uma investigação interna sobre o escândalo de Carlos Ghosn, informou um jornal de domingo.
Em uma carta para a Nissan datada de 19 de janeiro, os advogados disseram ter "sérias preocupações sobre os métodos usados" pela empresa e sua equipe jurídica, incluindo a forma como trataram alguns funcionários da Renault, segundo o Le Journal du Dimanche, da França.
O ex-chefe da aliança Ghosn está sendo mantido no Japão sob acusação de ter subestimado milhões de dólares em pagamento como chefe da Nissan.
"A Renault reuniu evidências suficientes para entender e lamentar os métodos usados pela Nissan e seus advogados para buscar entrevistas com funcionários da Renault por meio da promotoria pública japonesa", disseram eles.
A Nissan estava buscando "evidências para apoiar alegações contra Carlos Ghosn após sua prisão" e não consultou seu parceiro francês, segundo o jornal.
A empresa também tentou revistar os apartamentos de Ghosn no Brasil, no Líbano e na Holanda sem informar a Renault, acrescentou a carta.
Até agora, a gigante francesa da indústria automobilística afirmou que sua investigação interna sobre o ex-chefe da empresa descobriu que seu salário estava de acordo com a lei francesa.
A prisão do executivo em novembro expôs desarticulações entre a Renault e a Nissan, que, segundo alguns analistas, estavam irritadas com os esforços de Ghosn para aproximar ainda mais as operações das duas montadoras.
Ghosn foi o eixo central da aliança de três vias, que também incluiu a Mitsubishi, recebendo aplausos da indústria por conduzirem juntos um trio às vezes instável com a sede a 10.000 km de distância.
Grande parte da tensão entre os parceiros decorre de uma estrutura de propriedade complexa que dá à Renault 43 por cento da Nissan, enquanto a Nissan possui apenas 15 por cento de participação na empresa francesa - e não tem direito a voto.
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