E se alguém dissesse que é possível ter melhores carros, no sentido de que fream melhor, são mais estáveis em curva, gastam menos combustível, aceleram melhor, poluem menos, consomem menos recursos naturais. Basta que os carros sejam construídos para ser mais leves.
No entanto, os carros estão cada fia ficando mais pesados. E porquê?
Primeiro, porque os consumidores querem mais conforto em seus carros. Bancos mais macios e confortáveis, alto falantes por todo o carro, monitores de multimidia maiores, amplificador e processadores digitais de som, ou toda uma gama de gadgets que quase nem usamos, mas estão presentes no carro.
A segunda coisa é que montadoras morrem de medo de ir mal em crash tests, então os carros são construídos de forma a passarem nestes testes. De forma curiosa, estes recursos adicionados ao carro podem aumentar o risco de acidentes, pois a elevação do peso aumenta muito a inércia do veículo, tornando-o mais difícil de frear ou controlar em curvas. Na medicina, prevenção costuma ser a chave para tudo, mas no marketing do produto, prevenção encontra apelo quase nenhum.
O terceiro motivo tem a ver com custo. Reduzir peso envolve adoção de materiais e tecnologias muito mais caras. E é muito mais fácil e barato adicionar potência ao motor do carro, que ainda ganha mais um excelente argumento de marketing, já que no mundo todo as pessoas se encantam com os cavalos de potência do motor. Ao adicionar potência, no entanto, montadoras podem ir em busca de motores maiores ou turbo, mais peso redundando em cãmbios maiores, suspensão mais resistente, que acaba adicionando ainda mais peso.
Eventualmente este cenário pode começar a mudar, na medida em que governos começam a taxar emissão de CO2, ou que preço do combustível comece a aumentar.
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