quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Ainda vale a pena ter carro no Brasil?

Mobilidade urbana é uma das pautas mais importantes para qualquer cidade, e nós do iG Carros sempre propusemos um diálogo sobre o que é melhor para nosso meio de vida. Muitas vezes, fazemos exatamente o contrário do que toda a imprensa automotiva fez por anos: te obrigar a comprar um automóvel que você nem sabe que não precisa. Existem recursos que podem substituir um veículo próprio, como aplicativos de corrida e car-sharing .

Um estudo feito pelo Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) em 2018 aponta que o interesse pela CNH caiu 20,6% entre os jovens na faixa dos 18 aos 21 anos. Além do alto custo para tirar a carta, aplicativos de mobilidade urbana como Uber e 99 Táxi também são responsáveis por este novo fenômeno. O jovem - já acostumado a pagar uma corrida de app - não vê a necessidade de ter um automóvel para si. Para Maurício Feldman, CEO da Volanty (plataforma de venda de seminovos), carros continuam associados ao prestígio social. “Muitas vezes, esta é uma das compras mais valiosas que uma família pode fazer na vida”, ressalta o executivo. “Mesmo com os custos e o atrativo dos aplicativos, o cidadão leva em conta a conveniência, liberdade e praticidade de se ter um automóvel.”

Em contraponto, existe uma forma de aliar o prestígio, conveniência e a privacidade de ter um automóvel com o baixo custo de um aplicativo sem muito compromisso. A reportagem do iG bateu um papo com J.P. Galvão, CEO da Vai.Car , uma plataforma diferenciada para aluguel de carros e uma das promissoras startups da holding 5XMAIS. Este conceito tem chamado a atenção do mercado por conta do baixo custo do aluguel por trinta dias, contando ainda com o recebimento do automóvel em casa, pacote de proteção, manutenção, revisão e assistência 24 horas. Tudo incluso nos valores que partem de R$ 1.399 mensais para hatches básicos, chegando a R$ 1.599 para sedãs.

“Se você esteve em uma concessionária recentemente, comprou um automóvel e precisou desembolsar uma grande quantidade de dinheiro por ele, talvez tenha sido sua última vez”, diz Galvão. “Não é possível fugir dos gastos que envolvem ter um carro em sua posse. Seguro, IPVA, manutenção e ainda a perda de dinheiro no mercado secundário - a depreciação - pesam no bolso do consumidor. Acreditamos que este tipo de modelo começará a desaparecer em aproximadamente cinco anos”

Isso acaba sendo confirmado na simulação de financiamento que fizemos em uma concessionária da Honda, em meados do ano passado. Os bancos brasileiros permitem que concessionárias aceitem, no mínimo, 20% do valor do carro para que o negócio seja efetuado. Com taxas de juros elevadas, a compra fica bem mais complicada. Isso fez um Fit EXL (na época, custando R$ 80.900) passar dos R$ 100 mil, considerando taxa de 1.20% ao mês que nos foi oferecida.

As manutenções do Fit EXL estão tabeladas em R$ 279,28 aos 10 mil quilômetros, R$ 410,87 aos 20 mil quilômetros e mais R$ 440,28 aos 30 mil quilômetros. Ou seja, ao chegar nos 30 mil quilômetros rodados, o cliente terá deixado R$ 1.129 na concessionária. Considere os custos de IPVA e seguro para fechar a conta. Você ainda compraria um carro?

Já estamos familiarizados com locadoras (as populares “rent a car”, como são chamadas informalmente), mas J.P. diz que a Vai.Car funciona de forma diferente. “As locadoras estão se articulando para o lançamento de novas plataformas, mas continuam presas ao conceito antigo de alugar carros para viajantes. Nossos carros foram feitos para moradores da cidade irem ao trabalho, buscarem as crianças na escola e curtirem o fim de semana”, afirma o executivo. Vale lembrar que não é possível alugar um carro da Vai.Car por períodos curtos. O prazo mínimo oferecido é 30 dias.

Entre os carros disponibilizados pela plataforma, encontramos hatches como Chevrolet Onix Joy e Hyundai HB20, além de sedãs na categoria do espaçoso Nissan Versa e o Renault Logan. Todos os modelos são 1.0, com ar-condicionado, rádio e direção hidráulica, mas J.P garante que o negócio deverá tomar rumos mais sofisticados nos próximos anos. “Pretendemos aumentar a variedade de carros em nossa gama, contando com modelos sete lugares, picapes e até veículos blindados”, diz o executivo.

O Uber ganhou popularidade quando se tornou uma alternativa ao desemprego. Muitos motoristas que desapegaram da posse de um automóvel em seu nome também alugam veículos para trabalhar com o aplicativo. A Vai.Car oferece condições especiais para este público.

“Antigamente, um empresário teria que desembolsar uma boa quantia para construir e mobiliar um escritório”, compara J.P. “Hoje, temos a alternativa dos co-working. Espaços compartilhados que possuem toda a estrutura necessária para o gerenciamento de uma empresa por aluguel. A aliança com o Uber - nosso principal parceiro - funciona da mesma forma”.

O executivo salienta o fato de que o uso do automóvel estará muito relacionado com os aplicativos de mobilidade na próxima década. “Há cinco anos, pouco se falava sobre os recursos de corrida compartilhada. A experiência sempre foi muito voltada para o motorista e nunca para os passageiros. Acredito que, com o avanço das novas tecnologias, teremos carros mais espaçosos e confortáveis, também pensando na comodidade de quem utiliza esse tipo de app”, ressalta.

O motorista que deseja alugar um veículo da Vai.Car para corridas de aplicativo terá as mesmas comodidades de um cliente comum. O processo é feito inteiramente pelo site, contando com uma política de descontos especiais e entrega do veículo em domicílio.

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