Fui atrás do CVT, e do Sentra influenciado que fui por uma antiga campanha que a Nissan fez na televisão que dizia que o carro "não tinha cara de tiozão".
Este Special Edition é na verdade uma variação do Sentra S, então não possui nem teto solar nem airbags de cortina.
Mas recebeu farol de neblina, sensor crepuscular (acendimento automático dos faróis quando escurece), câmera de ré (uma das melhores coisas que inventaram até hoje), sistema de som compatível com iPod, bancos de couro. Enfim, deve ter outras coisas que me esqueci de citar, mas em síntese é isto.
O que tem de bom no carro:
- Câmbio CVT: uma das grandes invenções da indústria automobilística, uma comodidade inigualável para dirigir, seja em cidade, seja em estrada
- silêncio a bordo: estar dentro do carro com vidros fechados significa estar em um ambiente muito silencioso. Em baixa rotação o motor da Nissan proporciona um silêncio excepcional.
- consumo: tenho conseguido médias de 8,5 km/l, trafegando em São Paulo, somente cidade, eventualmente andando nas marginais da cidade.
- suspensão: todo o conjunto é extremamente durável, meu carro continua com os amortecedores Sachs originais de fábrica, tudo até hoje sem ruídos. Claro, as molas e amortecedores conferem uma certa "dureza" ao carro, e andar por estradas de terra ou mesmo ruas de paralelepípedos gera bastante desconforto, mas como carro urbano, para nos levar ao trabalho ou as compras, serve muito bem.
- direção elétrica: confesso que estava acostumado a direção hidráulica de outro carro que eu tinha, achei meio dura no início, mas me adaptei rapidamente, a direção um pouco mais dura confere inclusive uma sensação de pegada mais esportiva.
- espaço do porta-malas: imenso, acomoda bagagem e compras de supermercado com muita folga. A Nissan, não sei exatamente com qual objetivo, coloca uma divisória no porta-malas, chamado de "Divide'n'Hide". Esta divisória cria 2 compartimentos no porta-malas, um maior com cerca de 70% do espaço total, e outro que fica escondido pela divisória.
Os bancos traseiros são totalmente rebatíveis, o que permite uma espaço enorme, que me permitiu até transportar um tampo de mesa de 1,80 m, com folga. Lembro até hoje que o atendente da loja de móveis não acreditava que caberia no carro.
Como os bancos são rebatíveis 60/40, eu às vezes rebato só o encosto da parte dos 40%, o que permite um acesso direto ao porta-malas, sem precisar abrir a tampa do porta-malas.
- porta-copos console: tem um sistema deslizante e regulável, para diferentes tamanhos de copos, aqueles do tipo de lanchonete "drive-thru", que eu não usei até hoje. No banco traseiro, também tem um porta-copos num sistema rebatível, também usado muito raramente no meu carro.
- porta-objetos de painel: fica acima do rádio do carro, não uso.
- descansa-braço com porta-objetos: é aqui que fica a entrada USB, onde eu plugo meu smartphone, seja para carregar a bateria, seja para conexão com o rádio do carro. A tampa do descansa-braço em um espaço para passar o fio do cabo do celular. O cabo lightining padrão da Apple tem o tamanho preciso para pendurar meu smartphone na saída do ar, esteticamente fica horrível aquele cabo branco passando ali pelo console e pendurado no celular, mas é totalmente funcional.
-rádio com bluetooth e controles no volante: a conexão bluetooth do celular não tem muito segredo, e funciona tanto com meu android como com meu iPhone. O sistema do rádio é compatível somente com iOS, tanto é que acabei comprando um iPhone antigo só para poder usar com o carro. O rádio não tem protocolo A2DP, então o bluetooth só serve para fazer chamadas telefônicas, se a intenção for ouvir música por streaming ou músicas armazenadas na memória do celular, preciso conectar o smartphone via cabo lightning pela entrada USB.
Eu normalmente uso o Spotify para ouvir as músicas, e como o rádio está ligado no pós-chave, basta dar a partida no carro que o rádio liga e conecta o smartphone, iniciando a reprodução de músicas da playlist que eu tiver selecionado. Dá problema, sempre que estou sem sinal de 4G (por exemplo, em estacionamentos em subsolos), o Spotify até tem uma espécie de "buffer" que permite a música prosseguir por alguns minutos mesmo sem sinal, mas é frequente ter problema. A única solução que encontrei é desligar o cabo lightining, e colocar novamente assim que o smartphone encontra um sinal 4G.
O que incomoda no carro:
- a Nissan programou o motor para trabalhar em rotações bem baixas, o que certamente reflete menor consumo de combustível. Porém, quando parado em congestionamento, é comum a gente sentir o motor vibrar e cair um pouco a rotação, especialmente se o ar condicionado estiver ligado. Claramente, é um problema que o alternador, devido ao regime de rotação muito baixo, não consegue fornecer energia suficiente para todos os sistemas. Nestas condições, a injeção pode levar uma fração de segundos para perceber o problema, suficiente para desacoplar a condensadora. Suficiente também para percebermos a temperatura, caso seja um dia de muito quente, sob sol forte.
- latência do conversor de torque: o Sentra CVT depende muito do travamento do conversor de torque, e é comum a gente sentir como se o câmbio estivesse "patinando". Simples assim, estamos pisando no acelerador, mas o conversor de torque só trava após atingir cerca de 30 km/h.
- pneus Turanza Bridgestone: ainda estou com os pneus originais de fábrica, que devem durar cerca de 50.000 km. Mas são extremamente duros, barulhentos e sempre escamaram.
O que já quebrou no carro:
- bateria: a original de fábrica durou exatos 2 anos, sem direito a cobertura da garantia da Nissan. A bateria Moura que usei na substituição, está com 4 anos de uso sem problemas
- cruzeta da barra de direção: alguns Sentra têm direito a recall da peça, mas meu carro não tem direito. A cruzeta ficou com folga em suas juntas, fazendo barulho e vibrando ao passar por ruas com pavimento ruim.
O que precisa ser feito no carro:
- banco do passageiro tem um pequeno grilo, não sei a origem do ruído, já procurei sem sucesso, e creio que o problema só se resolve se eu retirar o banco e dar uma revisão completa.
- há alguns ruídos no carro, que precisam ser sanados via reaperto geral de parafusos e colocação de material isolante entre as partes. Nada de excepcional, afinal estamos falando de um carro com 6 anos de uso diário. Andando em vias expressas, estradas, ruas bem pavimentadas nem se ouve nada.
O que vai demandar manutenção no futuro:
- coxim da suspensão: é inevitável, com o uso esta é uma das peças da suspensão que mais sofre
- fluido do CVT: preventivo, mas precisa ser feito antes de chegar a 100.000 km
- fluido do radiador: as boas práticas indicam a primeira troca a cada 8 anos, e as trocas subsequentes a cada 2 anos.
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