Apesar de negar publicamente, a Hyundai ainda estaria interessada em adquirir a Fiat-Chrysler. Fontes que acompanham o caso revelaram ao site do jornal Asia Times que Chung Mong-koo, CEO da Hyundai, fez mais uma oferta direto à FCA para conseguir uma participação e já espera que ela seja recusada. Após isso, ela irá fazer uma oferta pública para conseguir a maioria das ações e, assim, assumir o controle da fabricante. Essa oferta será feita no 1º semestre de 2019, antes da reunião anual de acionistas da FCA, que acontece em maio.
Para atingir esse objetivo, a Hyundai estaria se apoiando em Paul Singer, da Elliott Management. Singer é um acionista bem ativo da Hyundai e tem participação em diversas empresas, como Telecom Italia e o time de futebol AC Milan. Ele teria indicado Alfredo Altavilla, CEO da Fiat-Chrysler para Europa, Oriente Médio e Ásia, para a diretoria da Telecom Italia. Isso daria uma porta de entrada para iniciar as negociações da Hyundai para adquirir a FCA.
A marca teria ficado interessada na Fiat-Chrysler após Sergio Marchionne, CEO da FCA, ter dito que a chinesa Great Wall estava de olho na empresa. Na época, Marchionne procurava por parceiros para fazer uma fusão, como uma forma de aproveitar a capacidade excessiva de produção e as pressões dos Elkanns e Agnellis, as famílias que controlam a FCA. Marchionne vendia o seu peixe dizendo que a fusão criaria o maior grupo automotivo do mundo.
O que torna a situação ainda mais delicada é a saída de Marchionne do comando da FCA. O executivo quer que Richard Palmer, atual chefe financeiro da empresa, assuma o seu cargo em 2019, enquanto os Elkanns querem um CEO mais ligado à indústria, como Altavilla ou Michael Manley (chefe da Jeep e Ram). Essa incerteza sobre quem irá dirigir a empresa pode dar força para a entrada da Hyundai, que está em um bom momento financeiro e tem presença na Europa e EUA.
Oficialmente, a Hyundai desconversa e diz que não comenta rumores sobre o mercado financeiro. A marca já havia negado o rumor há alguns meses. Na época, a mídia apontava que o suposto interesse da Great Wall pela FCA teria sido uma tática de Marchionne para deixar o governo norte-americano mais tranquilo. Devido à política de Donald Trump contra a China, qualquer parceria entre FCA e uma fabricante chinesa teria sido bloqueada. Como a Hyundai já tem fábricas nos EUA, os políticos veriam uma fusão com os coreanos como algo mais aceitável do que com os chineses.
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