terça-feira, 3 de setembro de 2019

Autoridade francesa indica que há espaço para mudanças na aliança Renault-Nissan



O governo francês indicou que há espaço para possíveis ajustes no saldo de propriedade da aliança entre a Renault e a Nissan, uma opção que o presidente Emmanuel Macron descartou em junho.
A França possui a maior participação na Renault, enquanto as participações cruzadas entre os parceiros da montadora favorecem o lado francês.
Em entrevista na rádio francesa, Martin Vial, chefe da agência estatal da França, não rejeitou a ideia de possíveis modificações nos laços entre as empresas ou um corte potencial na propriedade da França na Renault, desde que tal movimento tenha criado valor para a França.
O frasco disse que as mudanças podem ser possíveis se houver criação de valor para o estado. Melhor cooperação entre as empresas deve vir primeiro, no entanto.
Reforçar projetos conjuntos "é a principal prioridade. Acredito que é isso que as duas diretorias de ambos os grupos estão buscando. Quanto ao resto, se houver criação de valor, por que não", disse Vial na sexta-feira à Radio Classique.
"Mas primeiro, a prioridade são sinergias e cooperação industrial".
Os comentários podem ser um sinal de abrandamento em uma luta que está travada há semanas.
Os esforços da Renault para estabelecer laços mais profundos com a Nissan foram enfrentados com resistência, enquanto sua tentativa de fusão com a Fiat Chrysler Automobiles foi cancelada depois que seu parceiro japonês não conseguiu assinar.

A Nissan há muito tempo tenta igualar as participações cruzadas e diminuir a influência do governo francês na aliança.
Uma porta-voz da agência disse que novos projetos industriais são fundamentais para a aliança, que experimenta enormes dificuldades desde a prisão de novembro do ex-presidente Carlos Ghosn.
A França não tem um plano específico para alterar as participações cruzadas entre Renault e Nissan ou a participação do governo na montadora francesa, disse ela, acrescentando que o estado sempre está aberto a considerar propostas que aumentem o valor da participação da França.
A Renault possui uma participação de 43% na Nissan, enquanto a Nissan detém uma participação de 15% como parte de um pacto de duas décadas.
O presidente Macron disse em junho que "nada justifica" a mudança da estrutura atual entre as empresas.
Desde então, os parceiros avaliaram a Renault, reduzindo sua participação na montadora japonesa, informou o Wall Street Journal, citando e-mails internos e pessoas informadas sobre as negociações.
Qualquer redução da participação exigiria a aprovação da França, que possui 15% da Renault.
O governo francês está em um momento importante, enquanto os parceiros cada vez mais abrasivos buscam um caminho a seguir.
As negociações de fusão entre a Fiat e a Renault entraram em colapso em junho, depois que a França buscou mais tempo para convencer os colegas da Nissan, levando a família Agnelli, da Fiat, a controlar o acordo.
Fiat e Renault não retomaram as negociações para combinar "que eu saiba", disse Vial. "É claro que essas amarras fazem muito sentido, mas não podem ser feitas contra o primeiro parceiro histórico da Renault, que é a Nissan."
As negociações iniciais para modificar a estrutura da aliança começaram depois que o acordo Renault-Fiat entrou em colapso, informou o WSJ. Eles podem levar a um memorando de entendimento inicial sobre a reestruturação a partir de setembro, informou o jornal.

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