quarta-feira, 13 de março de 2019

Nissan pede aos acionistas que votem para derrubar Ghosn como diretor

Photo/IllutrationIn this Jan. 9, 2019 file photo, a view of a logo of Nissan Motor Co., at its global headquarters in Yokohama, Japan. (AP Photo)


A montadora japonesa Nissan está enviando avisos aos acionistas pedindo que eles demitam o ex-presidente Carlos Ghosn como diretor na reunião de acionistas de 8 de abril, informou a companhia nesta quarta-feira.

O anúncio, assinado pelo presidente da Nissan, Hiroto Saikawa, será enviado na quinta-feira, disse a Nissan Motor Co.

O anúncio diz que a agenda também inclui a eleição do presidente da Renault, Jean-Dominique Senard, como diretor da Nissan, sob a condição de que Ghosn seja deposto.

Embora Ghosn tenha sido demitido como presidente da Nissan, permanece no conselho. A aprovação dos acionistas é necessária para removê-lo do conselho.

A Nissan faz parte de uma aliança com a Renault SA da França e, mais recentemente, com a japonesa Mitsubishi Motors, montada em grande parte por Ghosn, que liderou a Nissan por duas décadas.Ghosn, que foi preso em novembro, foi acusado de falsificar relatórios financeiros ao declarar indevidamente sua compensação, além de ter violado a confiança em fazer com que a Nissan perdesse investimentos e fizesse pagamentos.

Ghosn, 65 anos, diz que é inocente porque a compensação nunca foi decidida ou paga, a Nissan nunca sofreu perdas e o pagamento foi por serviços legítimos. Ele indicou que ele está preparado para lutar para provar sua inocência no tribunal.

O anúncio da Nissan diz que sua investigação também descobriu que Ghosn usava dinheiro da empresa para despesas pessoais.

O anúncio não deu detalhes, mas fontes familiarizadas com a investigação apontaram para casas chiques no Líbano e no Brasil, além de móveis caros como um lustre.

A data do julgamento não foi marcada. No Japão, os preparativos podem levar meses. Ele foi liberado na fiança de 1 bilhão de ienes (8,9 milhões de dólares) na semana passada.

Um tribunal rejeitou o pedido de Ghosn para participar da reunião do conselho da Nissan que foi realizada na terça-feira.

As condições para sua fiança restringem suas atividades para impedi-lo de adulterar provas. O tribunal aparentemente viu sua entrada em contato com outros funcionários da Nissan como um risco.Não está claro se ele tentará participar da reunião de acionistas do próximo mês.

Ghosn possui mais de 3 milhões de ações da Nissan, ou algo menos que 0,1% do total de ações, de acordo com a divulgação mais recente.

Senard apareceu com Saikawa na reunião de diretoria da terça-feira na sede da Nissan em Yokohama, para mostrar a mensagem de que a aliança entre os Estados franco-japoneses continua forte.

Senard, também executivo-chefe da gigante francesa de pneus Michelin, assumiu o cargo de Ghosn como presidente da Renault depois que Ghosn renunciou após sua prisão.

Senard disse aos repórteres que Ghosn é considerado inocente até prova em contrário. Ele também disse que não seria presidente da Nissan, mas vice-presidente.

Não está claro quem se tornará presidente da Nissan.

Também na agenda dos acionistas está a demissão de Greg Kelly, um diretor que foi preso com Ghosn e acusado de trabalhar com Ghosn na suposta má conduta.

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