sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

Renault-Nissan "pequena e frágil", diz ex-CEO Carlos Ghosn

 18 de fevereiro de 2022 às 05:43 ET


Em entrevista coletiva oficial realizada esta manhã, a Renault anunciou seus resultados financeiros para 2021. A empresa francesa voltou à lucratividade no ano passado e também anunciou vários novos veículos totalmente elétricos para os próximos três anos. Parece que a montadora está funcionando como uma máquina bem lubrificada, mas seu ex-CEO Carlos Ghosn vê as coisas de forma muito diferente. Recentemente, ele deu uma entrevista ao Le Parisien, onde continuou sua linguagem de fortes críticas sobre as atuais operações da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi.


A Renault detém atualmente uma participação de 43% na Renault, enquanto a empresa japonesa detém 15% da empresa francesa. Ghosn sempre defendeu laços mais estreitos entre as duas montadoras, mas os executivos da Nissan permaneceram conservadores sobre possíveis conexões mais profundas. O empresário libanês nascido no Brasil de 67 anos disse na recente entrevista que a Renault é agora apenas uma sombra de seu passado.


"A verdade é que o fabricante número 1 do mundo se tornou um fabricante pequeno e frágil", disse Ghosn ao Le Parisien, trazido à nossa atenção pela Automotive News. "Me entristece ver que a Renault é apenas uma sombra de seu antigo eu." Ele também disse que comentários recentes da administração da Renault de que os problemas da montadora vêm da "corrida por volumes" foram "indecentes. Eles poderiam ter inventado algo um pouco mais sutil", acrescentou Ghosn.


Ghosn também criticou muito o atual CEO da Renault, Luca de Meo, que aposta em uma estratégia de “valor sobre volume”. Ele enfatizou que não está particularmente satisfeito com a forma como a estratégia da marca está se desenvolvendo com o tempo, pois “a estratégia é de apenas 5%, enquanto a ação e os resultados são 95%”.


Como resultado de sua fuga do Japão para o Líbano, Ghosn perdeu uma quantia considerável de dinheiro, disse ele à publicação. "Comparado com a grande maioria do povo libanês, não tenho do que reclamar. No entanto, perdi uma parte muito grande do que tinha economizado."

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