sábado, 14 de abril de 2018

Teste: Nissan Kicks - Múltipla escolha




Nissan diversifica a linha Kicks com a versão S manual e vira o SUV mais vendido do país

A proposta da Nissan era chegar aos 5% de participação no mercado automotivo nacional até final do primeiro trimestre de 2017. Demorou exatamente um ano a mais que o planejado, mas a marca japonesa cumpriu o objetivo. Em março deste ano chegou a 5,51% de participação. O principal responsável por essa façanha foi o SUV compacto Kicks, que chegou à liderança do segmento no mês passado, com 5.532 exemplares, à frente de Honda HR-V e Jeep Renegade. O modelo vem em uma crescente no mercado desde que foi lançado, em julho de 2016, para ser o carro-símbolo dos Jogos Olímpicos do Rio. Inicialmente era importado e tinha apenas a versão SL CVT disponível. Em abril do ano começou a ser produzido em Resende e com a nacionalização veio um aumento na oferta de configurações. E a versão que foi estratégica para o modelo chegar à liderança foi exatamente a mais simples, a S, que parte de R$ 72.990 quando equipada com câmbio manual de cinco marchas.



Por ser a mais simples, a variante S manual ostenta uma lista de tens de série bastante básica. Além de airbags duplos frontais e freios ABS, exigidos por lei, traz ar-condicionado, alarme perimétrico, bancos em tecidos, fixadores traseiros para cadeiras de crianças (Isofix), cinto de segurança de três pontos para todos os passageiros, rádio com entrada para MP3 player, conector USB e Bluetooth, trio elétrico, coluna de direção com ajuste de altura e profundidade e direção elétrica com volante multifuncional. Sem nenhum luxo, mas também sem grandes ausências de conteúdo.



O preço não chega a ser o melhor da categoria, mas também não se distancia tanto da concorrência: são R$ 72.990 iniciais. Por R$ 74.190, ou R$ 1.200 a mais, é possível adicionar controles de tração e estabilidade e assistente de partida em rampa, no chamado Pack Safety. A versão S pode receber ainda um câmbio CVT, o que eleva o valor em mais R$ 6.800, para R$ 80.990. A versão S sai sempre de fábrica com rodas de aço aro 16 e calotas.



Uma vantagem é que a versão de entrada traz exatamente o mesmo motor das outras configurações mais caras – com tudo que tem disponível, o Kicks pode chegar a R$ 98.890. Trata-se de um 1.6 16V capaz de entregar 114 cv de potência máxima a 5.600 rpm e torque de 15,5 kgfm a 4 mil rpm. A transmissão tem cinco velocidades e, com o motorista no controle das trocas de marchas, o zero a 100 km/h é cumprido com 1 segundo de vantagem em relação às configurações com câmbio CVT, ou seja, em 11 segundos.



Ponto a ponto

Desempenho
– Nesse aspecto, o Kicks mais barato se dá melhor que as configurações mais caras. Isso porque o motor 1.6 16V da versão S é o mesmo das superiores e responde bem às pisadas no acelerador, mas a transmissão manual garante uma resposta mais direta do que o anestesiado câmbio CVT adotado em variantes superiores. Além disso, é 33 kg mais leve, com 1.109 kg no total. Prova disso é a melhora na aceleração de zero a 100 km/h, que se dá em 12 segundos com CVT e em 11 s com a caixa manual. O propulsor rende 114 cv, com etanol ou gasolina, e 15,5 kgfm de torque, números suficientes para garantir propiciar boa agilidade no tráfego urbano e na estrada. Nota 8.



Estabilidade – De maneira geral, o Kicks é um carro equilibrado, apesar de sua altura elevada. Com o pack safety – que adiciona R$ 1.200 à conta final –, há controles eletrônicos de estabilidade e tração, o que garante segurança extra aos ocupantes. As rolagens de carroceria são sutis e não assustam. A direção é bem leve, mas ganha firmeza conforme a velocidades sobe. Nota 8.



Interatividade – Trata-se de uma configuração de entrada, o que se traduz em um interior simples e sem uma série de comandos disponíveis. Todos são bem posicionados e o rádio não decepciona, trazendo inclusive conexão Bluetooth, além de entradas auxiliar e USB. Não há sensores de estacionamento traseiros e nem câmara de ré de série, o que dificulta um pouco as manobras de estacionamento. A visão periférica na lateral direita também é atrapalhada pelo desenho da grossa coluna traseira. O volante multifuncional concentra todas os botões na esquerda – e os comandos de climatização são giratórios. Nota 7.



Consumo – O Kicks S manual não foi testado pelo Programa Brasileiro de Etiquetagem do InMetro. Com câmbio CVT, o modelo recebeu nota “A” na sua categoria e “B” na classificação geral, com médias de 8,1/9,6 km/l com etanol e 11,4/13,7 km/l com gasolina na cidade/estrada. No caso da transmissão manual, a tendência é que esses números melhorem – como acontece com o hatch March e o sedã Versa, que têm nota A na classificação geral com câmbio manual e B com CVT. Nota 9.



Conforto – O Kicks tem espaço interno até próximo ao de um modelo médio e quatro pessoas viajam com folga. A suspensão absorve com competência as irregularidades do solo e a densidade dos bancos é boa. As saídas de ar centrais, apesar de pequenas, não prejudicam a climatização do habitáculo. O motorista, no entanto, precisa realizar as trocas de marcha – o que certamente se torna incômodo nos engarrafamentos. Nota 7.

Tecnologia – A plataforma V é a segunda geração da B-zero da Nissan, com estrutura reforçada, novos materiais no assoalho, painéis laterais e frontais e mais pontos de solda. O motor, que também equipa o hatch March e o sedã Versa, passou por alterações para entregar mais vigor. A lista de itens de série é simples, mas de acordo com o que se espera de um veículo confortável. Falta, no entanto, meros sensores de estacionamento, tecnologia barata e extremamente útil. A transmissão manual, na verdade, é uma opção para se pagar menos, já que é possível escolher o Kicks S CVT. Nota 6.

Habitabilidade – O bom ângulo de abertura das portas e a altura da carroceria fazem com que seja bem fácil entrar e sair do carro. No interior, existem poucos vãos para guardar objetos de uso pessoal. O porta-malas leva 432 litros e o bom espaço interno é um dos pontos fortes do carro. Nota 8.

Acabamento – Há plástico rígido por todos os lados, mas isso não foge muito à realidade do segmento no Brasil. Mas uma coisa chama atenção no Kicks S: não fica aquela sensação evidente de estar em uma versão de entrada. Os encaixes são bem feitos, os materiais aparentam boa qualidade e, apesar de não surpreenderem, também não decepcionam. Nota 7.

Design – O Kicks tem bom porte e um visual extremamente contemporâneo. As linhas são bem-marcadas e o teto flutuante confere uma dose extra de charme ao modelo. Assim como no interior, o exterior também não remete a uma configuração inferior – exceto pelas rodas de aço, com calotas, e pela ausência de faróis de neblina. De maneira geral, a variante S se mostra bonita e chama atenção nas ruas. Nota 7.

Custo/benefício – O Nissan Kicks S manual começa em R$ 72.990 e vai a R$ 74.190 com o pack safety, que adiciona controles de estabilidade e tração e assistente de partida em rampas. Por se tratar de um projeto moderno, o preço competitivo se destaca. Porém, há opções mais em conta no mercado, como o Renault Duster Expression 1.6, que começa em R$ 71 mil. Ou o Peugeot 2008 Allure 1.6 manual, que é mais bem equipado e custa os mesmos R$ 72.990. Nota 6.

Total – O Nissan Kicks S manual somou 73 pontos em 100 possíveis

Primeiras impressões
Visão racional


É comum que as versões de entrada dos modelos apresentem algumas características que as diferenciem das mais caras nas ruas. No caso do Nissan Kicks S manual, essa condição aparece especificamente nas rodas de aço com calotas. No resto da carroceria, exceto pela ausência de sensores de estacionamento e de faróis de nebllina, não há nada que denote claramente que se trate de uma variante tão mais em conta que a de topo. E convém lembrar que o design é um dos trunfos do modelo fabricado em Resende, no Rio de Janeiro, com suas linhas modernas e vincos bem marcados.

Por dentro, não há requintes, mas também sobra pouco espaço para decepções. Há poucos comandos – o volante multifuncional por exemplo, traz botões apenas do lado esquerdo –, mas o rádio adotado toca MP3 e se conecta a um smartphone através de Bluetooth, garantindo mãos livres para as conversas telefônicas e áudio streaming. Os porta-trecos não são fartos, mas há espaço suficiente para os itens que precisam estar mais à mão do condutor.

Basta ligar o motor e mexer no volante para perceber o quanto a direção é leve. Bom para as manobras de estacionamento, que não podem contar com qualquer ajuda na hora de dar ré. Isso porque não há câmara de visão traseira e nem sensores de obstáculos. A construção do Kicks segue uma lógica bem pragmática, de baixo peso e pouca potência – ele pesa de 120 kg a 180 kg menos que os rivais diretos. Por isso mesmo, o motor 1.6 de 114 cv não empolga tanto. Porém, sem o anestesiante câmbio CVT, a sensação que se tem é de mais força disponível, já que é fácil elevar ou diminuir os giros a partir da transmissão manual de cinco marchas. Em curvas, há um bom equilíbrio e o crossover se mostra bastante estável. Para um modelo cuja proposta principal é a de conforto, economia de combustível e preço competitivo, o Kicks S manual se sai bem.

Ficha técnica
Nissan Kicks S manual
Motor: Gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.598 cm³, com quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e comando com variação contínua de abertura das válvulas. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto semissequencial indireta.
Transmissão: Manual de cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Oferece controle eletrônico de tração opcional.
Potência máxima: 114 cv a 5.600 rpm com etanol e gasolina.
Aceleração 0-100 km/h: 11 segundos.
Velocidade máxima: 175 km/h.
Torque máximo: 15,5 kgfm a 4 mil rpm com etanol e gasolina.
Diâmetro e curso: 78 mm X 83,6 mm. Taxa de compressão: 10,7:1.
Suspensão: Dianteira independente do tipo MacPherson com barra estabilizadora. Traseira por eixo de torção. Oferece controle eletrônico de estabilidade opcional.
Pneus: 205/60 R16.
Freios: Discos ventilados na frente e tambor atrás. ABS com EBD. Oferece assistência de partida em rampa opcional.
Carroceria: Utilitário esportivo compacto em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,30 metros de comprimento, 1,76 m de largura, 1,59 m de altura e 2,61 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais de série.
Peso: 1.109 kg.
Capacidade do porta-malas: 432 litros.
Tanque de combustível: 41 litros.
Produção: Resende, Rio de Janeiro.
Lançamento mundial: 2016.
Lançamento no Brasil: 2016.
Itens de série: Abertura da tampa de combustível por acionamento interno, abertura elétrica das portas e do porta-malas, acabamento dos bancos e detalhes das portas em tecido, apoios de cabeça dianteiros e traseiros separados e ajustáveis para os cinco ocupantes, ar-condicionado, banco do motorista com ajustes de altura, banco traseiro bipartido 60/40 e dobrável, direção elétrica com controle de áudio e telefone no volante, para-sol com espelhos para motorista e passageiro, porta-malas com iluminação interna, porta-revistas nos bancos dianteiros, duas tomadas 12 V, vidros dianteiros e traseiros elétricos com sistema “one touch down” somente para o motorista, volante de três raios com regulagem de altura e profundidade, aerofólio integrado na cor do veículo, rack de teto longitudinal na cor prata, retrovisores externos com regulagem elétrica, alarme perimétrico, cintos de segurança de três pontos para todos os passageiros, desembaçador de vidro traseiro com temporizador, fixadores traseiros para cadeiras de crianças, luz de freio em leds, travamento central automático das portas e do porta-malas com o veículo em movimento, rádio com entrada auxiliar para MP3 Player, conector USB e Bluetooth e sistema de som com quatro alto-falantes.
Preço: R$ 72.990.
Opcionais: Controles eletrônicos de tração e de estabilidade e assistente de partida em rampas.
Preço completo: R$ 74.190.

Nenhum comentário:

Postar um comentário