terça-feira, 29 de agosto de 2017

Carros elétricos no Brasil devem ser realidade só daqui a 20 anos

Por falta de políticas públicas, carros elétricos no Brasil devem ser realidade somente em 20 anos - Foto: WSDOT via Visualhunt / CC BY-NC-ND
Enquanto países como Alemanha e França fazem planos para ter frotas automotivas 100% elétricas, o Brasil ainda se mostra tímido em relação ao assunto. Além dos preços elevados de Electric Vehicles (EV) e híbridos – normalmente, acima da faixa de R$ 100 mil –, o País conta com pouquíssimos pontos de recarga até nos grandes centros urbanos. Esse fator deixa os motoristas inseguros em relação ao investimento em veículos movidos a energia elétrica.


“Os carros elétricos também são mais populares na Europa por conta das iniciativas oferecidas pelos governos, já que eles precisam bater metas de redução de CO2 até 2020. No Brasil, faltam políticas públicas para ajudar a divulgar os veículos híbridos e movidos à energia elétrica”, conta Ricardo Takahira, da Comissão Técnica de Veículos Elétricos e Híbridos da SAE BRASIL.

David Powels, presidente da Volkswagen no Brasil, concorda com o especialista. Durante coletiva de imprensa na fábrica de São Bernardo, ele afirmou que a falta de infraestrutura e de políticas públicas prejudicam o desenvolvimento de carros sustentáveis no País. O executivo ressaltou que, se o governo correr atrás, o cenário para os EVs começará a ficar favorável em um prazo de 15 a 20 anos.
Em terras tupiniquins, os proprietários de veículos movidos a eletricidade ficam isentos do pagamento do Imposto Sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) em sete estados (Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Sergipe). Em outros três (Mato Grosso do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro) a taxa cobrada é reduzida. Na capital paulista, os híbridos, os elétricos e os movidos a hidrogênio ainda são isentos do rodízio municipal.
“Atualmente, boa parte dos donos de EVs no Brasil são de pessoas jurídicas. O preço e os benefícios oferecidos pelo governo só compensam para motoristas que rodam muito, por exemplo, taxistas e frotistas. Isso porque a energia usada para movimentar o carro chega a ser até cinco vezes mais barata do que combustíveis como etanol e gasolina”, conta Takahira. Ele acredita que aceitação dos motoristas brasileiros vai começar pelos híbridos e depois partir para os 100% elétricos, assim como ocorreu com os carros flex na transição de gasolina para etanol.

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